Não há nada melhor do que ouvir alguém falando com certeza do que diz. Embora alguns digam que a certeza é a qualidade dos tolos (e eu mesmo elaborei um post sobre a arte de duvidar), o que estou colocando aqui não diz respeito a convicção cega e absoluta, inexorável e estática. Diz respeito a uma convicção que é resultante de muito estudo, ou de muitas experiências acumuladas, fazendo com que a informação transmitida seja passada com segurança e confiança.
A convicção que trazem os anos não deve ser confundidas com a certeza do acontecimento dos eventos, mas sim da grande possibilidade de occorência devido a observação metódica e casual dos mesmos, o que leva àquele que transmite a mensagem a falar com segurança "pela aparência do céu, choverá", ou "pelo estado do seu livro, você não costuma lê-lo muito". Pode parecer uma habilidade supérflua ou trivial, mas é a partir dela que se fazem grandes deduções do estilo de vida de uma pessoa, ou até mesmo de sua personalidade. Tudo baseando-se no costume de observar detalhes infímos, ou às vezes tão extravagantes que acabam passando sem ser notados. A pessoa falará convicta daquilo que diz, podendo estar errada, mas sua certeza terá um fundamento lógico ou, em último caso (mas não menos importante), instintivo.
Derivada dessa certeza da experiência surgem os grandes mestres de leitura corporal, de atitudes e de comportamentos. Para quem já leu livros de Sir Conan Doyle, Sherlock Holmes costumava fazer deduções incríveis principalmente de atitudes e comportamentos, a partir de detalhes insignificantes, ou às vezes não tão insignificantes, mas que simplesmente eram ignorados pelas pessoas ao redor. E sempre possuía a convicção certeira do que dizia, pois tinha uma lógica por trás daquilo que falava.
O outro tipo de convicção é tão valioso quanto este primeiro, e muitas vezes eles veem associados: a convicção vinda do estudo. Para aquele estudioso que leu muitos livros, domina incrivelmente bem uma área, poucas seriam as perguntas que o deixariam confuso ou desnorteado, sendo ele capaz de responder aos mais diversos questionamentos sobre o assunto de maneira certa e sempre mostrando o encadeamento de seu raciocínio. Esta é uma habilidade valiosa, pois muitas vezes os estudiosos não procuram a base daquilo em que acreditam, e possuem um conhecimento o qual eles desconhecem a origem, e por esse motivo ele é defasado.
Produto dessa convicção teremos os grandes oradores, professores e representantes, pois a fala se torna muito mais fluida quando se tem convicção daquilo que se diz. Quando se é capaz de defender sua ideia com embasamento não só teórico, mas também experimental, e quando se é capaz de passar esse conhecimento adiante sem o resquício da incerteza, mas, como já colocado, esse conhecimento sempre será passível de ser transformado ao passar do tempo, pois ele é maleável aos fatos.
No outro extremo dessas duas linhas estão as pessoas que falam "anhh... enhh... Eu imagino que seja isso, mas não tenho certeza" ou aquelas que exprimem sua opinião sem qualquer certeza ou embasamento do que se diz, mas sem se preocupar com as consequências de tal ato desde que ganhem o debate ou a discussão, ou passem a informação adiante.
Por isso é fundamental nos associarmos a pessoas convictas (e maleáveis), que estarão sempre dispostas a passar seu conhecimento e ensinamentos adiante, e devemos nos esforçar para nos tornamos próximos dessas pessoas, pois assim não viveremos no submundo da incerteza e da hesitação, onde não podemos confiar em nossos próprios conhecimentos. Por mais clichê que possa parecer, é evidente que a busca do conhecimento e sa sabedoria é fundamental.
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