Um adjetivo interessante. O que alguém realmente quer dizer quando diz que algo é difícil? "Que não é fácil", alguém poderia dizer, mas definir algo pelo que ele não é nada mais é do que não saber defini-lo.
Arriscado? Talvez, mas se jogar de um precipício sem para-quedas é arriscado, mas não é difícil (embora ainda seja estúpido).
Exigente? Pode ser, mas não necessariamente algo que requira sua atenção para atingir certos padrões pré-determinados significa que seja algo difícil de ser feito, apenas que demanda atenção.
Complicado? É válido, mas então entraremos no problema de definir complicado, pois o complicado de uns é o simples para outros, então o difícil se tornaria algo condicionado a uma perspectiva (embora ele provavelmente o é, mas não acredito que o seja em uma escala tão arbitrária).
Pouco provável? Essa seria uma boa definição, mas como podemos mensurar o "pouco provável"? Talvez calcular matematicamente seja uma forma simples de indicar as chances de algo acontecer, mas não nos ensinará onde traçar a linha do "difícil". Tirar um ás de paus do baralho é uma chance em cinquenta e duas. Isso certamente é mais difícil que tirar um ás de qualquer naipe, visto que as chances aumentam para quatro em cinquenta e duas, mas então teremos o difícil limitado a um evento comparatório. Como não limitá-lo?
Imaginemos: quando as pessoas dizem que algo é "difícil" em suas vidas, qual sua intenção? "Que necessita muito esforço para conseguir", mas desse modo só conseguimos piorar a situação, pois caberia a nós dizer o que é "muito". E se tomarmos como pressuposto que um mesmo evento que necessite maior esforço por parte de um do que de outro, ele poderia ser qualificado como "difícil" por esse um? (veja que agora limitamos a comparação sem precisar de mais eventos, apenas trocamos as perspectivas).
Mas como saberemos quem se esforçou mais para obtê-lo? É provável que levantar uma massa de 20 quilogramas seja mais fácil para um halterofilista do que para um homem que não pratica exercícios. Mas só por esse momento podemos mensurar todo o esforço do atleta? Consideremos que ao longo de sua vida ele gastou milhares de horas em academia, enquanto o outro não se esforçava em nada para poder levantar esta massa de 20 quilogramas, quem se esforçou mais? Dependerá. Se considerarmos o esforço a longo prazo, o halterofilista certamente se esforçou mais, mas se considerarmos o esforço momentâneo, o homem sedentário terá que se esforçar mais. Como dizer qual é mais valioso? Como trataremos o fator "tempo"?
Vejo uma grande problemática envolvida em definir o que é "difícil". Minha sugestão para resolvê-la: abandone esta palavra. Por que? Porque seu significado não transmite nada, além da pura ilusão de que algo se tornou mais desafiador do que ele realmente o é. Nada é difícil, pois tudo custará um determinado esforço para alguém, esforço esse que não podemos travar parâmetro seguro para avaliar. Só podemos dizer que custará algo. Mas é preciso que estejamos dispostos a nos auto-sacrificar em prol de algo que desejamos, pois do contrário não seremos dignos de seu merecimento. O "difícil" nos torna inseguros, acuados, oblíquos. Se você não for capaz de cruzar desertos, escalar montanhas e nadar oceanos porque alguém certa vez lhe disse que era "difícil", não recue. Diga em resposta: isso não existe. Tudo que ser quer, pode ser obtido, desde que se esteja disposto a lutar por isso. Quanto se deve lutar? Só você saberá, mas eu posso lhe dizer: lutar o suficiente. O suficiente até atingir seus objetivos.
Não recue, não se acue, não regrida. Lute. Lute, pois o difícil nada mais é que produto da imaginação dos homens, tentando oprimi-los para fazê-los desistirem de seus sonhos. Lute pelo que quer, pois não há dificuldade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário