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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Frases que marcam - VII

"A medida do amor é amar sem medida."
- Santo Agostinho (354-430), teólogo de grande influência do período medieval, aprofundou o conceito de Pecado Original e desenvolveu o conceito de Cidade Espiritual de Deus que seria a Igreja, distinta da cidade material do homem. Santo na Igreja Católica e Protestante, é também o patrono da ordem religiosa agostinha.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Uma dura realidade


Apesar de que não sou religioso, a mensagem é válida.

Fala mansa

Não, não é uma postagem sobre a banda de forró pé-de-serra.

Acho que, no meu post "argumentar" eu fui relativamente claro (ou não) sobre o porquê da importância de se argumentar e como se deveria treinar esta arte para se tornar exímio nela. Ainda interligado com esse assunto, mas agora visto de um prisma diferente, venho falar a meus queridos leitores não mais sobre o que as pessoas dizem a você, mas como as pessoas dizem a você. Antes, uma distinção importante: persuadir é diferente de convencer. Persuadir é utilizar-se da emoção, da intimidade, ou de outro subterfúgio para, através de aconselhamentos, fazer com que a pessoa faça o que se pede. Convencer é vencer uma pessoa por meio da argumentação lógica bem estruturada, demonstrando porque seu ponto de vista é melhor que o dela (sim, isso é possível, leiam meu post "a relativização das coisas" para entender mais). Isto posto, voltaremos a questão do como.

Particularmente, nada tenho contra nenhum meio de comunicação, vejo que cada um apresenta sua vantagem e desvantagem, mas vez ou outra temos que nos alertar aos perigos de um em relação a outro. Minha opinião é suspeita, mas vejo que a moda de vídeos na internet (vlogs) tem evoluído no youtube, e muitas pessoas tem expressado sua opinião por meio destes, o que pode levar a... Problemas. Simplificando as coisas: ao utilizar-me da escrita, o leitor que lê isso tem tão-somente minhas palavras que, bem articuladas ou não, podem convencê-lo (que é o que eu tento fazer) ou persuadi-lo (que é o que eu tento evitar - nem sempre, hehe). Já quando a mensagem é passada por um vídeo, temos pelo menos dois novos elementos introduzidos na argumentação: voz (e sua entonação) e as imagens. Me detirei mais tempo àquela do que a estas.

Ao assistirmo um vídeo, ou algo dessa natureza, costumamos não nos atentar, de tão natural que já é, ao modo como as pessoas falam e o que elas fazem quando falam. Costumamos dar mais atenção a informação que ela está querendo passar e, justamente por uma filmagem contar com os dois elementos dinâmicos supracitados (voz e imagens), ela pode oferecer mais que um simples texto (veja bem - PODE). Mas ao ignorarmos elementos tão essencias à transmissão da mensagem, incorremos ao erro de sermos persuadidos, ao invés de convencidos, pelo modo contagiante com que a pessoa fala, ou talvez impactante, ou ainda tranquilizante. Existem pessoas que falam muito e não dizem nada. É por esse motivo que devemos nos policiar e ver se o que está sendo dito realmente tem consistência argumentativa, ou nós estamos aceitando simplesmente porque o modo com que a pessoa disse aquilo foi engraçado, ou ainda direto (e com isso quero dizer ofensivo), ou ainda simplesmente porque gostamos do jeito que ela fala.

Com efeito é mais fácil ser persuadido por um vídeo do que por um texto, pois naquele o transmissor pode usar, além dos gestos e expressões faciais (imagens - como muito acontece nos vídeos), a sua fala pausada e mansa, ou a sua brutalidade direta e habitual, para que a mensagem tenha mais sentido ou, nesse caso, pareça ter mais sentido. Enquanto que para um texto o leitor pode usar de argumentação tautológica (circular), pode usar de falácias, ou mesmo de redundância (a boa e velha enrolação). Mas tudo isso também está a disposição daquele que manda sua mensagem em vídeo.

Eu poderia demonstrar aqui alguns exemplos para o que digo, mas para não fazer o mal a ninguém, e porquê eu nesse blog ajo mais como um racionalista do que como um empirista, gostaria que você próprio leitor fizesse o seguinte exercício: carregue um vídeo qualquer na internet, em que alguém esteja agumentando sobre alguma coisa. Deixe o vídeo minimizado, e apenas escute o que o outro tem a dizer (isso elminará o elemento "imagens"), em seguida deixe o vídeo sem som, e apenas veja o que o outro fez ao dizer aquilo (eliminamos o elemento voz e argumentação) e, se tiver paciência, escreva aquilo que por ele foi dito e releia para si mesmo, vendo se aquilo coerência e sentido (eliminando o principal: imagens e voz).

Com isso espero que você leitor, seja capaz de dissociar corretamente aquilo que foi dito do modo como foi dito, sempre lembrando que é importante também dissociar de por quem aquilo foi dito (mas isso é assunto para outro post). Espero, com essa breve explanação, ter contribuído para acrescentar algo ao seu senso crítico, e que agora você esteja ainda mais preparado para fazer o julgamento correto daquilo que lhe é veiculado através de vídeos. Bons vídeos.

Em defesa do RPG - parte 5

Bem-vindos de volta, companheiros. Como prometido, vim trazer para vocês, em primeira mão, dicas e sugestões para materiais de RPG que vocês podem utilizar na sua campanha (não, não estou recebendo comissão por isso, hehe). Começando com meu predileto.

Antes de mais nada, apresentarei aqui uma arena de RPG, não sistema de RPG. Tudo bem leitor, se você não se lembra é simples: sistemas são conjuntos de regras para se jogar, que podem ou não vir acompanhado com arenas, que são mundos onde se jogar. No fim desse post, mencionarei qual o sistema pelo qual esse RPG pode ser jogado (ou quais).

Para aqueles que estão iniciando na arte, sugiro que comecessem pelo clássico: o RPG medieval. Foi com ele que se iniciou toda a história do RPG, e é ele que tem mais força de produção de materiais hoje em dia. Enveredando por esse caminho, temos o trabalho simplesmente sensacional (e nacional) de três fenômenos criadores da melhor arena que eu já joguei: Tormenta RPG, criado por Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e J. M. Trevisan.


A arena se passa no mundo de Arton, um continente povoado primeiramente pelos clérigos da Deusa Valkaria, cujo corpo havia sido aprisionado em forma de estátua gigante na região mais ao centro-sul do continente. Sim, esse é um mundo de deuses, magias, monstros, missões, raças e classes. Cabe tudo o que caberia em um RPG normal e ainda mais um pouco, por isso é tão sensacional.


Eu passaria dias descrevendo tudo que o cenário tem a oferecer, mas ao invés disso sugiro que comprem os manuais acessíveis em lojas especializadas e em algumas livrarias, fabricados pela editora Jambô. Há muitos manuais disponíveis no mercado que dão suporte e conhecimento ao mundo de Tormenta e todas suas grandes personalidades (os magos famosos, os gladiadores, os piratas, os paladinos, etc.). Sugiro que se comece do começo, com o guia do jogador e do mestre, manuais essenciais para qualquer um que queira entender bem a dinâmica do jogo.


Agora, vocês devem estar se perguntando duas coisas: por que eu estou falando primeiro de arenas do que de sistemas, e em quais sistemas se deve jogar essa Tormenta afinal? Bom, antes de mais nada quero que saibam que essa foi uma exceção, devido a meu respeito por essa grande obra brasileira eu não poderia deixar de inciar por ela. A partir do próximo post falarei mais sobre os sistemas. Tormenta tem guias compatíveis para D&D (Dungeons and Dragons lembra?) versão 3.5, para 3D&T (um sistema simples, prático e também brasileiro), 4D&T (um upgrade da antiga versão), e 3D&T alpha (um retorno as origens - é, no RPG as coisas às vezes são meio indecisas), e para Daemon, outro sistema brasileiro que, confesso, nunca joguei por ele e portanto não posso falar muito a respeito.

Bem futuros RPGistas ou já praticantes da arte, no meu próximo post falarei sobre o sistema mais antigo, clássico (e extremamente complexo) de todo o RPG: Dungeons & Dragons. Até a próxima. PÉÉÉÉÉ. Que mancada. Eu ia fazer isso quando percebi que não expliquei ainda para vocês um dos fundamentos básicos do RPG: o conceito de raças e classes. Como eu disse que poderia voltar ao básico para esclarecer dúvidas pendentes, é exatamente isso que farei, e D&D ficará no aguardo para uma outra postagem.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Tlec Tlec Tlec

A internet já dominou o mundo. Essa pode não ser uma constatação nova, pode ser algo óbvio que alguém tenha notado muito antes que eu, mero mortal, começasse a digitar aqui (muito provável). Eu estava querendo desabafar algo aqui no blog antes de continuar essa postagem, que na verdade é mais uma angústia pessoal minha do que de fato um desabafo: talvez as pessoas aqui não gostem da minha total indiferença aos acontecimentos do mundo lá fora (ou aqui fora). Na verdade, eles não me interessam. Melhorando isso: eles não interessam para o que eu costumo postar aqui no blog.

Eu tenho certeza que exemplos contemporâneos são sempre bem-vindos. Mas o problema é: sou péssimo em dar exemplos (eu quase dei um exemplo de casal de hamsters no meu post "sorte", ainda bem que me conscientizei a tempo) e não tenho a vontade de procurar exemplos que se encaixem nas minhas teorizações, cujos exemplos em que me embasei normalmente são mais pessoais ou atemporais.

Dito isto, hoje vou quebrar a regra e fazer um breve comentário sobre o que está rolando aí pela internet (com meus parcos conhecimentos de internaura amador). Primeiro de tudo quero felicitar e criticar construtivamente o vlog do felipeneto "não faz sentido" - qualquer comentário do tipo: são meia dúzia de amigos seus que leem seu blog, porque você se dá ao trabalho de fazer isso? Eu respondo: 1 - passa meu tempo; 2 - algum dia isso aqui ficará famoso e eu estarei corrompido pelo poder me achando o máximo (não necessariamente nessa ordem de importância) - prosseguindo: o cara é engraçado. Na verdade ele força a barra às vezes, fala besteira, mas é engraçado. Ele traz, ainda que sutilmente, ainda que exageradamente, uma crítica consigo a aquilo que ele acha errado, ou "insatisfatório". Nada mal. O problema são alguns comentários: "garotas virgens", "viadinho", etc. e a contradição incrível que há entre a postura dele e aquilo que ele propaga. Propaga: eu não quero aparecer, só criticar. Postura: mundo, esse sou eu, vejam-me. Enfim, se algum dia ele ler isso, poderá pensar a respeito (ou mandar se fuder como ele costuma fazer - não sou contra isso, é engraçado).

No outro lado da moeda (ou talvez na mesma moeda só que num espacinho diferente, enfim...) está Denis Lee. Ele é inteligente, articulado, expõe seu pensamento de maneira clara, mas não é engraçado. No único vídeo até agora que eu vi dele tentando ser engraçado, não foi engraçado. Mais uma vez sou um mero mortal com um blog, não um vlog, mas acho-me no direito de expor essa opinião. Ele está testando agora com stop motion (ou não, posso estar vendo vídeos antigos, para quem não sabe sou uma toupeira da computação) e de certa forma o resultado me pareceu mais agradável. Acho que ele terá muito sucesso se não tentar ser engraçado e continuar apenas sendo o que ele é: um cara inteligente, com um bom ponto de vista, que só não deveria tentar fazer piadas (a menos que seja uma tirada imperdível).

Esse breve comentário sobre os únicos vlogs que eu assisto (vejam vocês também, vale a pena) e agora vamos aos blogs. Não sei se algum fã maníaco já percebeu que muitas das minhas imagens engraçadas são tiradas do capinaremos, que é um blog excelente (que tira suas imagens de outros blogs numa cadeia infinita que só termina no pobre coitado que faz a imagem), mas que esta prestes a ruir devido ao possível afastamento do único postador convicto, o Zanfa, pois ele teve uma filinha. Eu realmente espero que isso não aconteça. Nenhuma grande crítica a ele, talvez devesse evitar as piadas de FUUUU e de Fuck yea que já perderam a graça há muito tempo. Tem também o Ñ.intendo, cujo conteúdo cômico é vasto e variado: imagens, gifs, vídeos, etc. O que mata é o cara que posta: ele não faz comentários engraçados. Sempre coloca um: "HSUIAHSAUIHSAUHSIAHSAISHHSUAIHSAIHSAIUHSAISA" no final de toda postagem. Eu disse TODA POSTAGEM. Ele deveria perceber como isso é profundamente irritante e como ele poderia aproveitar melhor a fama que o blog tem. Além desses tem o testosterona, o desmotivado, o kibe loco. Não sou tão fã desses, então prefiro me abster, mas o conselho está dado para quem quiser vê-los.

Blog, vlogs... Acho que falta o twitter e o orkut. Eu tenho um twitter, que não uso. Estou pensando em ativá-lo, mas a internet está contra mim (que já sou uma toupeira, percebam a competição desleal) e faço isso depois trazendo alguma crítica mais refinada para o twitter. O orkut. Você o usa para uma dessas duas coisas (ou as duas): visitar suas comunidades e interagir nelas e/ou ver o que está acontecendo na vida dos outros. Se você faz parte do primeiro grupo (e suas comunidades não são imbecis) meus parabéns, você sabe como usar o orkut. Se você faz parte do segundo grupo, você deveria sair do orkut. Orkut, além de uso de comunidade, é feito para se manter contatos, não para se vigiar os contatos. E se você jogou/joga colheita feliz ou qualquer outro jogo estúpido que o orkut tem a te oferecer eu vou me manter quieto, penso que esse tipo de atitude dispensa comentários.

Bem, esse sou eu exercitando meu lado sarcástico à custa dos meus leitores, e falando do que há na internet no momento e como as pessoas se prendem a isso. Ainda tem muitas, mas muuuuuitas outras coisas para falar, mas vamos deixa isso para um próximo "Tlec Tlec Tlec". Agora vou voltar a ignorar o mundo e o que acontece com ele. Ré.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Fugaz (filosofia)

A uma passante

A rua em derredor era um ruído incomum,
longa, magra, de luto e na dor majestosa,
Uma mulher passou e com a mão faustosa
Erguendo, balançando o festão e o debrum;

Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu bebia perdido em minha crispação
No seu olhar, céu que germina o furacão,
A doçura que embala o frenesi que mata.

Um relâmpago e após a noite! — Aérea beldade,
E cujo olhar me fez renascer de repente,
So te verei um dia e já na eternidade?

Bem longe, tarde, além, jamais provavelmente!
Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
Tu que eu teria amado — e o sabias demais!

                Charles Baudelaire
                (Trad. Paulo Menezes)


You're beautiful - James Blunt

My life is brilliant.

My life is brilliant
My love is pure.
I saw an angel.
Of that I'm sure.
She smiled at me on the subway.
She was with another man.
But I won't lose no sleep on that,
'Cause I've got a plan.

You're beautiful. You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.

Yes, she caught my eye,
As we walked on by.
She could see from my face that I was,
Flying high,
And I don't think that I'll see her again,
But we shared a moment that will last 'till the end.

You're beautiful. You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.

You're beautiful. You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
There must be an angel with a smile on her face,
When she thought up that I should be with you.
But it's time to face the truth,
I will never be with you.

A vida é vivida em momentos. Um breve momento, que durou apenas o tempo de sua respiração, será ainda capaz de ter mais valor que horas passadas em desperdício a alguma atividade banal. E que momento é mais valioso, e mais poderoso, do que quando cruzamos os olhares com alguém na rua, e pensamos que essa poderia ser a pessoa que mudaria nossa vida para sempre? Mas é tudo muito rápido, fugaz. Ela pensou o mesmo, mas seguiu em frente, e assim você o faz também, desejando que aquele instante tivesse durado para sempre, e apesar de desejar isso, ambos vocês sabem que esse momento já ficou marcado nos anais da imortalidade.

Vivam os momentos mais fugazes.

Sorte

O que passa pela cabeça de alguém quando ela pensa em "sorte"? Espero que seja: "uma combinação de circunstâncias que leva a um determinado resultado positivo ou negativo" - negativo pois existe tanto a boa sorte quanto a má sorte - mas será que a sorte, companheira inesperada que costuma mudar o rumo de simples planos até o grande curso do Universo, será que de fato ela existe?

Maquiavel em sua célebre obra "O Príncipe" ressalta duas qualidades essenciais ao homem, em que na falta de uma, a outra se faria necessária, mas o ideal seria, digamos, possuir as duas. Virtù, ou a virtude de um homem, que seria uma espécie de compilação de todas as qualidades necessárias a um homem para prevalecer sobre uma situação: pode ser coragem, iniciativa, sabedoria, astúcia, persuasão, dissimulação, etc. E Fortuna, ou a boa e velha sorte, sem a qual um homem estaria sujeito exclusivamente a suas qualidades. É importante ressaltar que em sua obra, Maquiavel claramente se mostra mais favorável a aquela do que a esta, pois com virtude um homem dependeria exclusivamente de si mesmo e de suas capacidades, enquanto com sorte um homem estaria sujeito as circunstâncias, as quais muitas vezes ele não seria capaz de controlar.

Então eu lanço uma pergunta: seria mesmo a sorte um elemento raro e existente nas nossas vidas e a serviço de poucos, ou apenas um evento esporádico e aleatório que serve melhor a aquele que sabe dele se aproveitar?

Vejamos que, sob as dadas condições inciais de algo, uma pessoa poderá se sair melhor do que a outra. Essa é inclusive uma premissa de equivalência inicial utilizada desde competições desportivas até causas legais. Todos os competidores devem estar em pé de igualdade, sendo este um conceito variado por esporte: lutas geralmente envolvem categorias de idade e peso, esportes coletivos envolvem número iguais de participantes entre aqueles que os disputam, corridas envolvem uma mesma distância igual para todos que deve ser percorrida. Juridicamente todos são iguais perante a lei, que não distingue classe social, cor de pele, ou status financeiro, e também todos são, a princípio, inocentes até que fique provado do contrário. Mas apesar disso ainda vemos vencedores nas competições, e ainda vemos pessoas sendo culpadas no tribunal. Afinal, é isso que se espera que aconteça. Portanto, seria absurdo imaginar que, sob as mesmas circunstâncias que favorecem ou desfavorecem um alguém (mesma sorte), outrem poderia se sair melhor? Penso que não.

E sob condições diferentes? Alguém que tenha as cirscunstâncias mais a seu favor do que outra pessoa, este alguém seria um indíviduo com sorte? Ainda penso que não. Eventos arbitrários não ocorrem com o intuito de favorecer alguém, do contrário perderiam sua arbitrariedade e seriam eventos com intenção. Logo, não há sorte ou azar, mas tão somente as condições que se apresentam no momento, e que podem ser utilizadas melhor por um ou por outro, e ainda mesmo não utilizadas. Mas isso não significa dizer que alguém "desfavorecido" pelas circunstâncias não será capaz de maximizar seus feitos em relação a alguém favorecido. Isso é tão variável e imprevisível de pessoa pra pessoa como o é o próprio evento da Fortuna.

Eis então meu ponto: não há sorte ou azar, há oportunidades. A um homem, se Maquiavel me permite usar sua definição, bastará apenas ter virtude, pois com esta as condições hão de se tornar favoráveis, mas não devido a eventos incontroláveis, e sim em grande parte ao seu próprio esforço. É importante lembrar que não se é capaz de ter o domínio e o controle sobre tudo, mas o homem virutoso também estará preparado para as adversidades. Então, no curso da vida, se dará melhor aquele que souber aproveitar as condições que lhe são oferecidas, sem se preocupar em olhar aquelas que são concedidas aos outros.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Músicas inesquecíveis (6)



Stop crying your heart out - Oasis

Hold on
Hold on
Don't be scared
You'll never change what's been and gone

May your smile (may your smile)
Shine on (shine on)
Don't be scared (don't be scared)
Your destiny may keep you warm

'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

Get up (get up)
Come on (come on)
Why you scared? (I'm not scared)
You'll never change
What's been and gone

'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Just take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

We're all of the stars
We're fading away
Just try not to worry
You'll see us some day
Just take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
Stop crying your heart out
Stop crying your heart out
stop crying your heart out

Estilo

É curioso como há uma incrível necessidade de se possuir estilo hoje em dia. Me refiro a um modo específico de ser ou de agir que todo mundo deveria possuir o seu próprio e original, pois então esta seria uma pessoa "estilosa". Claro que, como todo conceito desenvolvido e estipulado pela e para as grandes massas, ele é confuso e contraditório. Há o "estilo surfista", o "estilo rapper", o "estilo playboy". Se deveria ser original (ou ao menos assim se espera que seja) por que existem as classificações específicas aos quais eles são encaixados?

Estilo também possui outros significados, pois pode ser um adjetivo elogioso, isto é, alguém "estiloso" seria alguém que sabe se vestir, que age conforme o padrão considerado cool pela mídia ou por uma tribo específica (emos, punks, rockers, etc.), sendo esta mesma tribo oriunda de um padrão específico de estilo. Confuso, muito confuso. Além do termo "estilo" se comportar como se fosse um jogo de bonecas russas (isto é, ele engloba ele mesmo e assim por diante) ainda não basta dizer que é esperado de uma pessoa que ela possua seu estilo, como eu disse no começo.

Antes de prosseguir com o porquê que eu considero um tanto quanto estúpido esse assunto, uma breve diferença entre estilo e personalidade. Personalidade é aquilo que você é, estilo é aquilo que os outros esperam ou querem que você seja. Além de que a personalidade já é definida na roleta genética em sua boa parte, enquanto o estilo varia conforme a inconstante e paradoxal vontade do povo. Quando eu disse na minha definição que "sou uma pessoa que muda de personalidade conforme a ocasião" eu não menti. Apesar de parecer contraditório, estou apenas colocando que, conforme a ocasião, eu mostro uma parte da minha personalidade. Já o estilo eu não saberia dizer qual o meu. Talvez eu esteja mais no perfil do nerd, ou do... Sarcástico (não sei qual seria a tribo deles).

Isso posto, vou retoma ao ponto em que as pessoas tem que apresentar um estilo. Vendo os grandes ídolos pops de hoje você consegue traçar um padrão mais ou menos específico de como eles são: os homens se vestem com um conjunto de roupas específicas que estão em alta no momento (boinas, gravatas, chapéus com tira, camisa polo ou regata com colete, ou ainda camisas coloridas, etc.) e as mulheres também (casacos, coletes, boinas e chapéus, cintos, shortinhos, etc.). Enfim, não é um grande esforço encontrar essa constância, mas por que se vestir assim, sempre igual? Por que agir sempre igual? Somos pessoas que vivemos momentos diferentes, sentindo coisas diferentes e com experiências de vida diferentes. Nossa reação e postura deve ser sempre a mesma em todos os lugares?

Talvez o mal maior seja a influência pesada que sofremos para nos portarmos do jeito que nos portamos diante de variadas situações. Talvez seja mais fácil assumir o papel de uma personagem, e não de um ser humano, pois saberíamos dessa forma como ele deveria agir e ser. O problema maior disso tudo é que acabamos mecanizando também nosso jeito de pensar. "Se sou playboy tenho que sair pra night, esquecer os estudos, encher a cara e pegar muita mulher". Parece que estou invertendo a causa e a consequência, que a pessoa não ficou assim porque ela assumiu esse estilo, mas que assumiu esse estilo porque é assim. Mas convenhamos que hoje, no mundo das aparências e da falsidade, a causa costuma ser posposta à consequência.