Páginas

domingo, 29 de agosto de 2010

WTF?!

Eis que se inicia uma nova sessão no blog (que já tem um monte e eu estou ficando confuso). Na sessão "WTF?!" eu colocarei trechos, ou fragmentos ou mesmo partes inteiras de algum texto que eu tenha achado inacreditavelmente técnico ou difícil de entender. Sinta-se um perfeito ignorante lendo e não entendo PN (isto é, praticamente nada).

"[...]A exposição a um pulso de luz transforma o análogo do substrato em substrato, e são obtidas imagens do complexo enzima-substrato em uma fração de segundo pela varredura do cristal com raios X policromáticos intensos de um sincrotron".

WTF?!

sábado, 28 de agosto de 2010

Uma conversa a dois (filosofia)

Quando conversamos com outra pessoa podemos, resumidamente, nos sentir confortáveis ou desconfortáveis. A confortabilidade costuma vir com a intimidade, o tempo de convívio, as experiências passadas juntos, etc. A desconfortabilidade é gerada pela falta de afinidade, pelo conhecimento esparso de um outro alguém, por falta de coisas em comum, etc. De todo modo, é factual que todos já experimentaram a sensação de "silêncio críptico" que muitas vezes atinge uma conversa.

Em meu post "socialização" eu enfatizei a dificuldade que existe em interagir com outras pessoas uma primeira vez. Nesse processo acabamos nos deparando várias vezes com o silêncio que tanto desejamos quebrar. Entretanto, quero observar (e sobre isso que tratarei nesse post) que há um tipo de conversa a dois que jamais, em momento algum, alcançará tal momento de silêncio críptico. Uma conversa com um livro.

O livro é, sem dúvida, o único companheiro de conversa que jamais te deixará sem palavras, que de maneira alguma ignorará suas ânsia de vê-lo, que não despertará seu desejo de contato, conexão, familiaridade, pois esses desejos já estaram saciados.

Por que? Talvez porque o contato com o livro já comece de maneira familiar: você só o escolherá se ele o agradar. Você terá que dar o primeiro passo na socialização com ele: terá que adquiri-lo. Mas, após essa fase, o livro se mostrará um fiel companheiro, ele certamente falará muito com você. O livro te mostrará outras maneiras de enxergar a realidade, te transportará para lugares que você nunca esteve, te explicará como tudo funciona.

Pode se alegar que o livro é limitado. Que ele só tem uma mesma história pra contar e, quando esta termina, o livro não mais serve de nada. Isso nunca esteve mais distante da realidade. Apesar do livro manter eternamente as mesmas palavras em suas páginas, você muda. Você, ao lê-lo novamente, perceberá nuances que tinha deixado escapar, interpretará passagens de outra maneira, reviverá as mesmas emoções de um modo conhecido, mas totalmente novo. O livro pode ser estático, mas o leitor é dinâmico.

A conversa com o livro é um momento íntimo, pessoal, próprio, em que cada palavra afeta você de modo que só você pode sentir. Cada livro transforma uma pessoa de alguma maneira, e os melhores livros são os que conseguem transformar o maior número de pessoas, são aqueles que, como dizia Tolkien, deixam o leitor se identificar e iterpretar a história do seu jeito, e não trazer um molde definido de como ele deveria ser lido e interepretado.

Se existe uma conversa a dois que tem muita chance de dar certo, é a conversa com um livro.

"A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde"
- André Maurois

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sugestão de jogo

O jogo mais nonsense que você possivelmente já jogou. Tente terminá-lo (é em inglês).

Jogo - I don't even game
Link - http://www.notdoppler.com/idontevengame.php

Brilhantismo

Dizem por aí que existem pessoas brilhantes. Bullshit.

Imagino que todos os homens brilhantes, sem excessão, tiveram seus momentos de estupidez. Todo bom escritor já quis nunca ter publicado um certo livro, todo bom pintor se arrependeu de um quadro, todo bom cientista já fez uma descoberta estapafúrdia que imaginava estar certa.

Isso os desqualifica como brilhantes? Não. Isso os qualifica como brilhantes? Não.

Brilhantismo não existe. Somos 99% transpiração. Talvez 1% inspiração, ou outras coisas mais. Quem é "brilhante"? Quem tem a audácia de se proclamar "genial" e tem a coragem de abrir mão de tudo o que obteve pelo esforço?

Somos o que pensamos, o que fazemos, o que geramos. Ninguém é brilhante, simplesmente é mais esforçado, mais capaz, mais sagaz.

Brilhantismo é uma péssima palavra, pois desmerece aquele que foi chamado de brilhante, aqueles que o chamam de brilhante e aqueles que buscam ser brilhantes.

O brilhante é desmerecido porque obteve aquilo com esforço e suor, não com um estalo. Aqueles que o chamam assim são desmerecidos, pois eles se inferiorizam em relação ao "brilhante". Aqueles que buscam ser brilhantes são desmerecidos, pois pensam que seus esforços até então foram em vão, enquanto o outro prevaleceu.

Brilhantes... Somos humanos. Somos momentos. Somos...

domingo, 22 de agosto de 2010

As pontes da amizade

Algo que eu não costumo ter problema com esse blog, são ideias pra postar. Eu tinha algumas pra essa postagem, mas vou ignorá-las todas, por causa de um acontecimento. Uma amiga minha, com quem eu não falava há muito tempo, comentou sobre ter encontrado uma outra amiga nossa, de também muito tempo atrás. Eu estava escrevendo meu livro no momento (sim, eu escrevo um livro, isso não vem ao caso) e fiquei surpreso com a notícia.

O detalhe é que essa amiga que veio falar comigo, ela era uma grande amiga. Era? Na verdade ela sempre foi. Eu diria que a minha infância foi em grande parte compartilhada com ela, e teria sido muito menos significativa se não fosse por isso. Eu sou assim com aqueles que considero meus amigos de verdade. Podem passar 80 anos, mas se você foi meu amigo um dia, eu não tenho problema algum em tratar você com a mesma intimidade, confidência e segurança que eu costumava tratar na época em que nos falávamos. Infelizmente não é assim que funcionam as coisas.

Passam-se os anos e cada um segue um caminho, vivendo experiências novas, com pessoas novas em lugares novos. Aquele seu amigo com quem você falava tanto vai desaparecendo, sumindo da sua vida, até que você se lembre dele quando está naquele momento de saudosismo e pense "puxa, como aquele cara era legal". Entretanto, quando você tenta retomar o contato, percebe que essa separação temporal abriu um abismo entre vocês. Não é uma "pequena separação". É um abismo de trinta metros de comprimento, e agora pra você se comunicar você tem que gritar, tem que se esforçar.

E agora? O que você faz? Eu, particularmente, odeio esses abismos. Se eu pudesse tratar todos os meus amigos como sempre tratei, como sempre gostaria de tratar, e eles correspondessem a isso, eu saberia que a amizade não esfriou, mesmo com o tempo e a distância. Mas como fazer isso? Como tomar liberdades sem saber se as pessoas vão se sentir ofendidas, irritadas, consternadas? É difícil. Mas, ainda há uma solução: nós criamos pontes.

Quando se abre um abismo entre duas pessoas, a melhor forma de superá-lo é construindo uma ponte que te leve pro outro lado. Uma ponte da amizade. Como fazer isso? Bem, como você faz quando acaba de conhecer alguém: procura assuntos em comum, conta histórias, fala de novidades. Mas a vantagem de já ter sido amigo é que vocês podem relembrar coisas juntos, contar histórias sobre pessoas conhecidas, compartilhar novas experiências. E a ponte é bem mais sólida quando é construída pelos dois lados.

Eu me sinto péssimo por perder amigos, por deixar amizades esfriarem. Primeiro que para você chamar alguém de amigo essa pessoa tem que passar por toda a provação de conhecer você, se acostumar com você e gostar de você. Segundo que, depois de tudo isso, você sabe que vai poder contar com essa pessoa, pra passar pela chuva, pelo Sol ou pela tempestade. Ela vai estar lá, pra te apoiar, para não te deixar desistir. E terceiro porque uma vida sem amigos, é tão boa quanto a morte. Sem alguém para brincar, compartilhar, abraçar, e até mesmo se estressar, qual o sentido de viver? Então o que se pode dizer de perder um amigo? É como deixar que uma parte de você morra. Uma parte incrivelmente importante.

Apesar de dizer que sou sarcástico, sádico, frio, insensível, etc. e tudo mais (vejam no meu "quem sou eu") eu sou o cara mais coração de manteiga que existe. Não consigo ver um amigo mal, não consigo conceber a ideia de perder um amigo. Anos de amizades, conversas, expriências esquecidos por algo tão trivial como o tempo ou o espaço. Felizmente ainda podemos mudar isso. Felizmente ainda podemos fazer pontes.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Analisando

Todo mundo tem esse hábito. Viver analisando as outras pessoas. Ele só costuma variar em 3 formas: profundidade da análise, tempo da análise e interesse na análise. Todos esses intimamente relacionados. Acho que esses são os pontos que mais merecem atenção, mas se necessário tratarei de outros fatores relacionados.

Como todos estão relacionados, tratarei do que é o causador da análise em si primeiro: o interesse na análise. É importante ressaltar que interpretar alguém é um ato complexo, que envolve diversos fatores externos: comportamento, análise corporal, modo de falar, e internos: personalidade, modo de pensar, reflexões compartilhadas, e que, por motivos óbvios, costumamos analisar melhor quem temos mais contato. Mas ainda sim, podemos nos interessar em analisar uma pessoa que não temos muito contato, e a gama de motivos que podem causar esse interesse é gigantesca: curiosidade, desejo de conhecer melhor a pessoa para fazer uma aproximação, compreender melhor pessoas com que convivemos, defesa pessoal, desejo amoroso/sexual (muito comum), etc. Motivos não faltam, mas a despeito deles, o que realmente importa é até que ponto se justifica o seu interesse para você, pois dependendo de quanto isso importa para você, melhor será (profundidade) e mais tempo (tempo duh) você dedicará a essa análise.

Vamos tratar agora do tempo. Como eu disse, todos os fatores se relacionam e, também por motivos óbvios, quanto maior seu interesse, mais tempo você dedicará a uma análise e quanto maior o tempo dedicado mais profunda será sua análise (a priori). O tempo é fundamental. Observações de manias, costumes, rotina, etc. só podem ser bem analisadas em um seguro intervalo de tempo. Enquanto outras observações como humor, estresse, volatilidade de opinião, seriam bem melhor analisadas se em função de um tempo longo (embora o possam ser sem ele). É com o tempo que nos tornamos mais íntimos das pessoas, e também é com ele que nossas análises se tornam mais acuradas. Por que? Porque é esse mesmo tempo que nos permite eliminar as suposições de nossas análises, os "se"(s) condicionates, as inferências incertas. Com um maior tempo podemos verificar a veracidade daquilo que presumimos e, portanto, quanto mais dele disponível, melhor.

Talvez mais importante que o tempo e o interesse, seja a profundidade da análise. Uma análise superficial não compensa o interesse e não vale o tempo desperdiçado. Se vamos apenas "brincar de advinhar" não estaremos analisando nada, apenas imaginando cenários e arriscando um deles. A análise como eu já disse, é uma arte refinada, que envolve fatores físicos e psicológicos e precisa ser feita, mesmo que rapidamente ou com pouco interesse, de modo que possa abarcar o maior número de certezas possíveis a partir das inferências mais sólidas, e que não se valha de senso comum, mas de conhecimento do analista e do empenho do mesmo. E esse conhecimento que me refiro não só é o conhecimento de mundo, como o conhecimento científico, e todo o conhecimento que foi possível extrair da pessoa que está sendo analisada até então. Por tal motivo esse é, dos três, o sustentáculo mais poderoso e também o único que pode ser exercitado. Pois o interesse vem da motivação, que não é algo passível de melhora, depende de outros fatores já citados, e o tempo depende do interesse e de quanto podemos nos disponibilizar àquilo.

Antes de concluir, devo dizer que um dos fatores de maior importância na "equação análise" é o próprio analista. Há pessoas que nasceram com uma incrível capacidade de dedução, e pessoas que realmente se interessam em fazer isso, enquanto há outras que preferem não dar tanta importância a essa consequência de nossa vida em sociedade, ou realmente não são muito boas nessa prática (algo que pode ser exercitado, de todo modo).

Essa minha explanação foi incrivelmente superficial sobre algo incrivelmente complexo que é a nálise do homem. É sobre essas questão que repousaram pensadores como Freud, Jung, etc. E não só nesse âmbito que esta questão foi abordada, mas também por estudiosos de linguagem corporal, comportamental, etc. Acho que o ser humano, por viver em sociedade, desenvolveu esse hábito como uma traço inato, e portanto acredito ser ela essencial para manter a coesão dessa mesma vida em sociedade, pois compreendendo o outro, podemos melhorar nossas ações e reações para com ele, melhorando nossa convivência e nós mesmos.

(Eu vou alternar no meu estilo de texto tradicional e no pequenino, então quem tem preguiça se vire =D).

sábado, 14 de agosto de 2010

Músicas inesquecíveis: pacote especial Disney [4]



Friend like me - Howard Ashman & Alan Menken (Aladdin)

Well Ali Baba had them forty thieves
Scheherazad-ie had a thousand tales
But master you in luck 'cause up your sleeves
You got a brand new magic never fails
You got some power in your corner now
Some heavy ammunition in your camp
You got some punch
Pizzazz!
Yahoo and how
See all you gotta do is rub that lamp

And I'll say
Mister Aladdin, sir
What will your pleasure be?
Let me take your order
Jot it down
You ain't never had a friend like me

Life is your restaurant
And I'm your maitre'd
C'mon whisper what it is you want
You ain't never had a friend like me

Yes sir, we pride ourselves on service
You're the boss,
The king,
The shah!
Say what you wish
It's yours! True dish
How about a little more Baklava?

Have some of column "A"
Try all of column "B"
I'm in the mood
To help you, dude
You ain't never had a friend like me

Boom-Ba
No-No

Can your friends do this?
Can your friends do that?
Can your friends pull this
Out their little hat?
Can your friends go... Poof!
Well, look here
Can your friends go Abracadabra
Let 'er rip
And then make the sucker disappear?

So doncha sit there slack jawed, buggy eyed
I'm here to answer all your midday prayers
You got me bona fide and certified
You got a genie for your charge d'affaires
I got a powerful urge to help you out
So whatcha wish? I really wanna know
You got a list that's three miles long, no doubt
Well, all you gotta do is rub like so - and oh!

Mister Aladdin, sir
Have a wish or two or three
I'm on the job, you big nabob
You ain't never had a friend, never had a friend
You ain't never had a friend, never had a friend
You ain't never
Had a
Friend like me

You ain't never had a friend like me, hah!

A arte como ameaça

(Sei que meus leitores tem preguiça de ler, então tentarei usar um outro estilo de texto, e gostaria que me dissessem o que vocês acham)

Quando a arte se torna uma ameaça?

Acho que, antes que eu possa explicar isso, eu deveria dizer o que é arte. Arte? Como conceituá-la? Vou me resumir a: maneira de se expressar do ser humano que provoca sensibilização nas pessoas de alguma forma que seja (mais vago impossível).

E quando isso é um problema? Quando atividades muitas vezes perigosas e prejudiciais, tornam-se artes.

Assassinar poderia ser uma arte para um serial killer.
Guerrear poderia ser uma arte para um general.
Atear fogo a coisas poderia ser considerado uma arte por um piromaníaco.
Enganar pessoas poderia ser considerado uma arte por um charlatão.

Muitas vezes, em todos os casos acima, de fato essas ações são consideradas arte.

Quando as pessoas tomam por arte uma atitude imprópria ao que se considera nobre ou correto pela sociedade, ou em última instância pelo bom senso e pela moral, ela será um problema. Pois os artistas sempre estarão tentando exercer de sua arte.

Solução? Devemos reconhecer aqueles que tratam com reverência, ou mesmo respeito, atitudes baixas ou desumanas. "Esse assassinato foi uma obra de arte". "Vejam como é bonito o fogo queimando". "As pessoas são muito fáceis de se enganar". Exemplos disso que estou falando.

Nenhum homem de valor matará quando não for por defesa pessoal ou para salvar a vida de um inocente. Guerreará como último recurso. Queimará algo somente para deter o fogo. Enganará somente aqueles que dele querem abusar.

A arte é linda. Mas também pode ser muito perigosa.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pobre Jason


Tão perto.

Fantasia

Há uma qualidade hoje em dia que é incrivelmente neglicengiada: a imaginação. Não sou o primeiro e nem serei o último a ressaltar a importância fundamental dessa ferramenta tão poderosa que o ser humano possui. A imaginação foi fundamental para o desenvolvimento de teorias, para a crição de testes de hipóteses, para a produção de incríveis obras de arte e mesmo para o nosso trivial e mundano entreterimento. Vamos pensar sobre o que a melhora, o que a gera, e para que ela serve.

Antes de falar sobre o que gera imagnação, devemos falar sobre um elemento que a potencializa: o conhecimento. Quanto maior o conhecimento, mais ideias, artimanhas, articulações o homem é capaz de gerar a partir de sua imaginação, de sua fantasia. Isto é simples de explicar porquê: quanto maior o nosso conhecimento, maior o número de elementos e situações que temos a disposição, maior o número de exemplos anteriores que conhecemos, e portanto maior a chance de conjugarmos isso tudo em único cenário de produção imaginativo e obtermos um resultado. Alguém que conhece o princípio da alavanca seria capaz de idealizar uma alavanca hidraúlica, ao passo que alguém sem esse conhecimento teria maior dificuldade de idealizar o mesmo processo, pois teria que por si só também desvendar o princípio da alavanca.

Agora podemos nos indagar: o que gera imaginação? Basicamente dois elementos: um deles, sem dúvida, é o desafio. Quando nos sentimos desafiados, provocados, contrariados, sentimos também o impulso de superarmos tal obstáculo, de obliterarmos tal barreira. E, para tanto, utilizamos nossa imaginação, nossa mente criativa, para encontrar uma saída, ou produzir uma. O homem tem o impulso de criar desde os primórdios, e esse impulso é alimentado pela necessidade. O segundo elemento, a outra força motriz, o que é? Eu lhes respondo: a curiosidade. A vontade, a necessidade praticamente inata de saber como algo funciona, de saber se fazer algo de determinado modo gera mais eficácia do que de outro, de buscar entender. Nossa imaginação borbulha sempre que tentamos compreender o mundo, aquilo que nos cerca.

E para que ela serve? Além dos motivos acima citados (ultrapassar obstáculos e entender o cosmos - desde a escala micro até a macro) a imaginação nos confere, além de tudo, uma capacidade fundamental: a de projetar e prever cenários. Com uma mente fértil, somos capazes de imaginar a reação de pessoas, o desenrolar de acontecimentos, o resutado de eventos de chance. Mais uma vez o conhecimento prova-se um valoroso aliado, pois ao conhecermos as pessoas, ao analogarmos os acontecimentos com outros anteriores e ao sabermos quais são os possíveis resultados de um evento, nossa produtividade imaginativa aumenta consideravelmente. É preciso que para que projetemos cenários sejamos realistas, mas contemplemos o impossível, sejamos metódicos, mas valendo-nos do caos, sejamos óbvios, esperando também sermos imprevisíveis.

Dito isto, como ignorar o garoto do primário que desenhou o monstro mais feio da sala? Como relevar o estudante que fez a pergunta mais absurda, e ao mesmo tempo mais capciosa? Como esperar que quando um homem olhe para o céu, sua mente não fervilhe tentando abstrair aquilo que ele ainda não consegue compreender? A imaginação, que projeta cenários, que entende o mundo e que destrói entraves, esta imaginação que é pouco valorizada. O gênio criativo não é incentivado na sociedade em que todos buscam se encaixar em um perfil pré-determinado, para que possa ser aceito. A inventividade é menosprezada. O homem consegue expurgar até mesmo o que o concebeu.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Aprimorar (filosofia)

O ser humano tem, pelo menos, duas graças em sua vida: uma seria a capacidade diferenciada de aprender. Pois, diferentemente dos outros animais, o homem consegue aprender e desenvolver um raciocínio complexo através da lógica e do bom senso. A outra seria a possibilidade de passar a vida inteira aprendendo. Um é um dom, digamos assim, o outro uma escolha. Pena que essa escolha seja desprezada inteiramente nos dias de hoje.

Como seres humanos, deveríamos buscar sempre a melhora, o aprimoramento. Isto é, temos a chance de aprendermos o que quisermos e quanto quisermos ao longo de nossa vida, mas ao invés disso somos muito preguiçosos ou desinteressados para explorar nosso verdadeiro potencial. E isso começa cedo. Desde novos, já é costume de muitos associar "estudo" com "chateação", "inutilidade". Tamanho absurdo é tão inconcebível que chego ao ponto de me calar mediante essa colocação. Nós vivemos em uma época privilegiada, em que conhecimento, antes um bem precioso, é agora acessível a todos. E após séculos de espera por esse momento, jogamos tudo ao vento, pois o "esforço não vale o ganho" (outro absurdo).

Não há algo mais medíocre na Terra do que o homem ignorante. Me desculpem, deixe-me corrigir: não há nada mais medíocre do que o homem que não busca se tornar menos ignorante. Estudo é uma forma de se conhecer e entender uma pequena fração de tudo que nos cerca e nos compõe. Não só o estudo acadêmico, mas o estudo musical, o estudo artístico, o estudo literário, etc. O mundo é cercado de maravilhas feitas pela natureza e pelo próprio homem, mas o que se vê é o homem ignorando seu passado de busca por conhecimento em detrimento de uma vida vazia.

Somos um cântaro de argila, e o que nos preenche é o conhecimento. Se não o possuímos devemos buscá-lo, pois de outra forma somos inúteis no sentido mais literal da palavra. Eu já disse uma vez que somos a consciência do Universo. Pois bem, como poderemos o sê-lo, se não buscarmos constantemente uma maior compreensão sobre ele? O homem deve sempre tentar progredir, no sentido de acumular mais conhecimento, pois a busca pelo saber é a chama incandescente que brilha no coração dos homens e que irradia sua luz para todos os outros a sua volta. Sem saber, somos uma pira apagada, um cântaro vazio.

Busquemos o conhecimento, o aprimoramento, o saber. Sejamos tão bons ou ainda melhores do que aqueles que vieram antes de nós e que também o fizeram. Não consigo imaginar melhor sentido para vida do que aproveitá-la e tentar compreendê-la.