Todo mundo tem esse hábito. Viver analisando as outras pessoas. Ele só costuma variar em 3 formas: profundidade da análise, tempo da análise e interesse na análise. Todos esses intimamente relacionados. Acho que esses são os pontos que mais merecem atenção, mas se necessário tratarei de outros fatores relacionados.
Como todos estão relacionados, tratarei do que é o causador da análise em si primeiro: o interesse na análise. É importante ressaltar que interpretar alguém é um ato complexo, que envolve diversos fatores externos: comportamento, análise corporal, modo de falar, e internos: personalidade, modo de pensar, reflexões compartilhadas, e que, por motivos óbvios, costumamos analisar melhor quem temos mais contato. Mas ainda sim, podemos nos interessar em analisar uma pessoa que não temos muito contato, e a gama de motivos que podem causar esse interesse é gigantesca: curiosidade, desejo de conhecer melhor a pessoa para fazer uma aproximação, compreender melhor pessoas com que convivemos, defesa pessoal, desejo amoroso/sexual (muito comum), etc. Motivos não faltam, mas a despeito deles, o que realmente importa é até que ponto se justifica o seu interesse para você, pois dependendo de quanto isso importa para você, melhor será (profundidade) e mais tempo (tempo duh) você dedicará a essa análise.
Vamos tratar agora do tempo. Como eu disse, todos os fatores se relacionam e, também por motivos óbvios, quanto maior seu interesse, mais tempo você dedicará a uma análise e quanto maior o tempo dedicado mais profunda será sua análise (a priori). O tempo é fundamental. Observações de manias, costumes, rotina, etc. só podem ser bem analisadas em um seguro intervalo de tempo. Enquanto outras observações como humor, estresse, volatilidade de opinião, seriam bem melhor analisadas se em função de um tempo longo (embora o possam ser sem ele). É com o tempo que nos tornamos mais íntimos das pessoas, e também é com ele que nossas análises se tornam mais acuradas. Por que? Porque é esse mesmo tempo que nos permite eliminar as suposições de nossas análises, os "se"(s) condicionates, as inferências incertas. Com um maior tempo podemos verificar a veracidade daquilo que presumimos e, portanto, quanto mais dele disponível, melhor.
Talvez mais importante que o tempo e o interesse, seja a profundidade da análise. Uma análise superficial não compensa o interesse e não vale o tempo desperdiçado. Se vamos apenas "brincar de advinhar" não estaremos analisando nada, apenas imaginando cenários e arriscando um deles. A análise como eu já disse, é uma arte refinada, que envolve fatores físicos e psicológicos e precisa ser feita, mesmo que rapidamente ou com pouco interesse, de modo que possa abarcar o maior número de certezas possíveis a partir das inferências mais sólidas, e que não se valha de senso comum, mas de conhecimento do analista e do empenho do mesmo. E esse conhecimento que me refiro não só é o conhecimento de mundo, como o conhecimento científico, e todo o conhecimento que foi possível extrair da pessoa que está sendo analisada até então. Por tal motivo esse é, dos três, o sustentáculo mais poderoso e também o único que pode ser exercitado. Pois o interesse vem da motivação, que não é algo passível de melhora, depende de outros fatores já citados, e o tempo depende do interesse e de quanto podemos nos disponibilizar àquilo.
Antes de concluir, devo dizer que um dos fatores de maior importância na "equação análise" é o próprio analista. Há pessoas que nasceram com uma incrível capacidade de dedução, e pessoas que realmente se interessam em fazer isso, enquanto há outras que preferem não dar tanta importância a essa consequência de nossa vida em sociedade, ou realmente não são muito boas nessa prática (algo que pode ser exercitado, de todo modo).
Essa minha explanação foi incrivelmente superficial sobre algo incrivelmente complexo que é a nálise do homem. É sobre essas questão que repousaram pensadores como Freud, Jung, etc. E não só nesse âmbito que esta questão foi abordada, mas também por estudiosos de linguagem corporal, comportamental, etc. Acho que o ser humano, por viver em sociedade, desenvolveu esse hábito como uma traço inato, e portanto acredito ser ela essencial para manter a coesão dessa mesma vida em sociedade, pois compreendendo o outro, podemos melhorar nossas ações e reações para com ele, melhorando nossa convivência e nós mesmos.
(Eu vou alternar no meu estilo de texto tradicional e no pequenino, então quem tem preguiça se vire =D).
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