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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Fantasia

Há uma qualidade hoje em dia que é incrivelmente neglicengiada: a imaginação. Não sou o primeiro e nem serei o último a ressaltar a importância fundamental dessa ferramenta tão poderosa que o ser humano possui. A imaginação foi fundamental para o desenvolvimento de teorias, para a crição de testes de hipóteses, para a produção de incríveis obras de arte e mesmo para o nosso trivial e mundano entreterimento. Vamos pensar sobre o que a melhora, o que a gera, e para que ela serve.

Antes de falar sobre o que gera imagnação, devemos falar sobre um elemento que a potencializa: o conhecimento. Quanto maior o conhecimento, mais ideias, artimanhas, articulações o homem é capaz de gerar a partir de sua imaginação, de sua fantasia. Isto é simples de explicar porquê: quanto maior o nosso conhecimento, maior o número de elementos e situações que temos a disposição, maior o número de exemplos anteriores que conhecemos, e portanto maior a chance de conjugarmos isso tudo em único cenário de produção imaginativo e obtermos um resultado. Alguém que conhece o princípio da alavanca seria capaz de idealizar uma alavanca hidraúlica, ao passo que alguém sem esse conhecimento teria maior dificuldade de idealizar o mesmo processo, pois teria que por si só também desvendar o princípio da alavanca.

Agora podemos nos indagar: o que gera imaginação? Basicamente dois elementos: um deles, sem dúvida, é o desafio. Quando nos sentimos desafiados, provocados, contrariados, sentimos também o impulso de superarmos tal obstáculo, de obliterarmos tal barreira. E, para tanto, utilizamos nossa imaginação, nossa mente criativa, para encontrar uma saída, ou produzir uma. O homem tem o impulso de criar desde os primórdios, e esse impulso é alimentado pela necessidade. O segundo elemento, a outra força motriz, o que é? Eu lhes respondo: a curiosidade. A vontade, a necessidade praticamente inata de saber como algo funciona, de saber se fazer algo de determinado modo gera mais eficácia do que de outro, de buscar entender. Nossa imaginação borbulha sempre que tentamos compreender o mundo, aquilo que nos cerca.

E para que ela serve? Além dos motivos acima citados (ultrapassar obstáculos e entender o cosmos - desde a escala micro até a macro) a imaginação nos confere, além de tudo, uma capacidade fundamental: a de projetar e prever cenários. Com uma mente fértil, somos capazes de imaginar a reação de pessoas, o desenrolar de acontecimentos, o resutado de eventos de chance. Mais uma vez o conhecimento prova-se um valoroso aliado, pois ao conhecermos as pessoas, ao analogarmos os acontecimentos com outros anteriores e ao sabermos quais são os possíveis resultados de um evento, nossa produtividade imaginativa aumenta consideravelmente. É preciso que para que projetemos cenários sejamos realistas, mas contemplemos o impossível, sejamos metódicos, mas valendo-nos do caos, sejamos óbvios, esperando também sermos imprevisíveis.

Dito isto, como ignorar o garoto do primário que desenhou o monstro mais feio da sala? Como relevar o estudante que fez a pergunta mais absurda, e ao mesmo tempo mais capciosa? Como esperar que quando um homem olhe para o céu, sua mente não fervilhe tentando abstrair aquilo que ele ainda não consegue compreender? A imaginação, que projeta cenários, que entende o mundo e que destrói entraves, esta imaginação que é pouco valorizada. O gênio criativo não é incentivado na sociedade em que todos buscam se encaixar em um perfil pré-determinado, para que possa ser aceito. A inventividade é menosprezada. O homem consegue expurgar até mesmo o que o concebeu.

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