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domingo, 28 de março de 2010

Independência (filosofia)

Uma experiência fantástisca que todo ser humano deveria ter, é ler a Declaração de Indepedência dos Estados Unidos (o texto é pequeno). Permita-me lhes mostrar um pequeno trecho dela:

"Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade."

Então, para aqueles que redigiram este simbólico documento, ser independente significa ter o magnifíco direito da vida, o direito da liberdade (sendo este um direito que traz consigo muitos deveres) e o direito mais nobre de todos: o direito da busca pela felicidade. Tomando, com todo o respeito e reverência, a ideia de que estes sejam os direitos que um homem necessita ter para que possa ser considerado independente, vamos avaliar cada um deles a fundo para ver se descobrimos o que significa "ser independente".

O direito da vida. A vida, antes de mais nada, é uma condição da matéria. É somente esta condição que o torna diferente de um sopro de vento, de uma pedra, de uma onda quebrando sobre a praia. Mas ela é algo muito mais belo que isso: a vida é um fenômeno único, e ela o é por fazer algo que nennhuma outra condição é capaz de fazer - tornar a matéria inerte em algo animado, capaz de interagir com outros seres vivos e com o mundo ao seu redor. A vida, portanto, é o que integra de modo único, a matéria. Não somente por leis físicas ou químicas é regido o universo, mas pela vida, que é o terceiro elemento integrante ao lado desses dois, mas que, sem dúvida, é o mais peculiar de todos, por ser capaz de pensar sobre si mesmo.

O direito da liberdade. A liberdade é, como eu já disse, um direito e um dever, pois com a liberdade deve vir sempre a responsabilidade. A criatura livre é aquela que tem plena capacidade de exercer suas funções, para se integrar o melhor possível ao mundo que a envolve (ou seja, a liberdade é o direito que lhe permite exercer, o melhor possível, a condição da vida). Mas o homem livre é a criatura que mais deve observar por sua liberdade, pois a ele cabe a tarefa única de zelar pela liberdade dos outros homens e criaturas, assim como pela sua própria. Liberdade humana não significa tomar a atitude que quiser, mas ter o direito de escolher pela melhor atitude. Por isso liberdade envolve sacríficios, envolve entendimento, envolve acordos. Mas ainda sim, é somente por meio dela que se pode exercer a condição final de "ser vivo".

O direito da busca pela felicidade. Este, sem dúvida alguma, é o mais nobre de todos os direitos. Por que é ele, e somente ele, que dá sentido a vida humana. O homem vive para buscar a felicidade, e deve-se lembrar que essa não é uma busca que é feita somente uma vez, é feita sempre, continuamente, pois a felicidade nunca poderá ser atingida em sua totalidade. E ela será, inúmeras vezes, perdida. Então a busca pela felicidade é o motivo pelo qual se vive, e deve ser realizada sempre por meio de seu potencial máximo (liberdade). Lembrando sempre: a busca é contínua, e sua conclusão (não definitiva) é, para que se atinja felicidade genuína, trabalhosa. Mas o seu fim, que é a obtenção (ainda que momentânea) da felicidade, faz valer todo o esforço.

Então agora, o que podemos dizer ser um homem independente? Ser um homem independente é sempre buscar a integração com o mundo (o direito à vida), exercer o melhor que puder essa integração, de modo a não prejudicar a integração dos outros seres (o direito à liberdade) e, nesse interím, buscar contiuamente o sentido pelo qual você se integra, que é ser feliz (o direito à busca pela felicidade).

Agora leitor, pense a respeito disso e se pergunte: você é independente?

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