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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

... (filosofia)

Companheiros blogueiros (que ainda se resumem a uns amigos meus), hoje vim para filosofar. E não filosofar sobre qualquer coisa... Mas sobre... Algo muito... Especial... O poder das reticências! Será que vocês já notaram o impacto que esse míseros pontinhos acrescentam a um texto?

Eu poderia, acrescentar, vírgulas arbitrariamente, e apesar, de que isso se, torna, um saco, aos poucos você, se acostumaria e acabaria, ignorando-as. Também poderia? colocar pontos? de interrogação? e tirando o fato? de que pareceria que? não estou muito? certo do que estou dizendo? vocês acabariam? entendendo também? E para uma ênfase! final! os queridos! pontos de! exclamação! que só não são! mais eficientes que! o caps lock! para passar a ideia! de urgência ou de grito! NÃO CONCORDAM?

Mas tentem com... as reticências... elas parecem que dão... aquela trava involuntária no seu... texto... como um momento pra você... parar... dar uma olhada pro céu... lá fora... ver como está um dia lindo... e você... aqui na frente do seu computador...

Mas falando sério, normalmente as reticências são usadas como um interruptor do fluxo de pensamento, podendo ter um quê sugestivo ou reflexivo ainda por cima. Por exemplo: "eu estava pensando em sair hoje...". Nesse feliz exemplo nosso "eu" imaginário está pensando em sair, mas aparentemente não tem certeza se quer isso mesmo, então parou para refletir sobre. Tudo isso deduzido graças aos três pontos. Se ele dissesse "eu estava pensando em sair hoje!" além de que ele pareceria um Neandertal falando desse jeito a frase não teria esse mesmo sentido.

As reticências tem um poder sobre nós maior do que podemos imaginar. Elas nos induzem a parar e refletir (coisa rara nos dias de hoje) sobre o assunto que se está lendo, ou sobre o que nós mesmo acabamos de falar (como no exemplo acima). Sim, talvez eu esteja me arriscando, mas eu diria que as reticências são o recurso linguístico em matéria de "sinal" mais eficaz no seu intuito, pois ela interage diretamente com o seu interlocutor, forçando-o a pensar. Um ponto final, uma vírgula, uma interrogação, nenhum desses tem essa capacidade de nos fazer pensar sobre o que se foi colocado, mas no máximo no que iremos colocar em seguida.

Então, queridos blogueiros, não menosprezem... esse poderoso instrumento de reflexão... que não só a linguagem escrita, mas também a falada, lhe fornecem... Usem e abusem de suas reticências (ok, usem com moderação, porque um texto cheio desses troços enche o saco). Mas, acima de tudo, saibam que ela tem o poder também de instigar a curiosidade humana. Duvida? Bom, então imagine a seguinte situação...

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