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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Piada

Eis aqui, querido leitor, mas um devaneio meu sobre um assunto familiar a vida de todos: as piadas. Não, não. Não é mais um daqueles papos chatos que ninguém quer sabe sobre como age o seu cérebro diante de uma piada e de porque piadas são engraçadas. "Elas são engraçadas e pronto ué!" diria o leitor mais despretensioso. Estou com ele, piadas são engraçadas e pronto! Mas não é sobre piadas que quero falar exatamente, e sim sobre um de seus aspectos mais específicos: o ato de contá-la.

Sim amigo leitor, pois contar uma piada é algo mais importante do que a piada em si. Até mesmo a piada do "Um mineiro entra na casa de seu amigo que está vendo TV e pergunta: - e aí cumpádi? firme? e o outro responde: - Né firme não sô! É futebor!" pode ser engraçada se considerarmos 3 elementos essenciais: o timing, a linguagem corporal junto a entonação e a platéia.

Até mesmo o mais débil mental dos engraçadinhos sabe que tem a hora pra se fazer uma piada - o timing. Se está se discutindo sobre futebol, nada como uma piada cutucando o time rival, mas se o assunto é estrangeiros, argentinos e portugueses são os prediletos, no caso da política, alguma piada sobre o presidente atual ou sobre um escândalo vem a calar. Mas mesmo sendo o assunto propício, tem que se saber a hora exata de introduzi-la. Esse é o timing. Normalmente os bons contadores de piada "sentem" quando tudo está a favor, mas se você é um iniciante apenas tente jogá-l quando houver uma pequena pausa na conversa que lhe permita isso, e tente ser breve, piadas longas são um saco. O segundo aspecto importante é o jeito como contá-la: mude o tom de voz, o sotaque, a pronúncia, invente gestos, fique um pouco corcunda, ou um pouco ereto, ou faça uma falsa barriga, se finja de mongol... Enfim, entre no personagem, seja ele qual for. Terceiro, mas não menos importante a platéia. Se você não souber pra quem está contando, não se arrisque. Nada de piadas de estrangeiros, de políticos, e principalmente de humor negro! Se já conhece a sua platéia, tente adaptar as piadas a situações comuns, as famosas "piadas internas". Se seguir bem esses três conselhos é provável que você se torne um bom contador de piadas.

Dois poréns: contadores de piadas tem que ter essencialmente duas coisas - repertório e reputação. Não há nada pior do que aquele cara que conta a mesma piada ou história cômica infinitas vezes porque não se lembra pra quem já contou. Mas mesmo com repetório você PRECISA ter reputação de cara engraçado. Como se consegue isso? Bom, não se consegue. Ou você é engraçado, ou não é. Por isso, se você acha que não nasceu pra esse negócio de piada, apenas escute e dê parabéns a quem está contando. Fique como eu: um bom sarcasmo vez ou outra ou uma zoaçãozinha quebram um galho.

P.S..: IMPORTANTÍSSIMO - JAMAIS EXPLIQUE UMA PIADA! SOBRE HIPÓTESE ALGUMA! Até porque, se sua platéia não entendeu, possivelmente a culpa foi sua.

Um comentário:

  1. "...ou faça uma falsa barriga..."
    ASUHASUHSAHUASHUASUH URSINHO POOH??
    ASHUASUHSAUHASUHASUHASUHASUHASUHAS

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