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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Em defesa do RPG - parte 3

Bem-vindo leitor, ao mundo do RPG mais uma vez. Se você está lendo isso é porque está curioso sobre o que é, e esse já é o primeiro passo. Talvez você queira saber como o RPG funciona exatamente, para poder dar uma chance a si mesmo de experimentá-lo. E é para isso que estou aqui. Supondo que você já leu meus posts anteriores, você tem ao menos uma ideia do que é o RPG e o que ele proporciona. Mas você ainda não sabe como jogá-lo. É como se eu lhe dissesse as regras do futebol, lhe dissesse quais as vantagens de jogá-lo, mas não lhe ensinasse COMO jogá-lo. Este é o momento de aprender, ou de começar a aprender.

Jogar RPG, como eu já disse, é interpretar um papel, então, a partir de agora, você é um ator. Mas sua performance não será avaliada, não se preocupe. A única consequência de uma atuação ruim, é que o jogo se tornará ruim, já uma boa atuação tornará o jogo bom. Mas, ainda diferentemente do ator, você não precisa deixar de ser você para interpretar um personagem, só precisa evitar tratar tudo de forma mecânica. Vou explicar.

Você é o detetive Steven McDeen, investigando um caso de assassinato. O mestre (o cara que comanda o jogo, lembra?) te diz onde é a cena do crime e você vai investigar. A cena do crime é uma viela estreita entre dois prédios de negócios. A primeira coisa que você percebe ao fazer um teste de perícia "investigar" (traduzindo: rolar o dado para ver o que você descobre) é que, apesar de o corpo da vítima estar altamente estraçalhado (era uma mulher) há quase nenhum sinal de sangue no local. Conclusão?

Bem, aqui entra sua interpretação. Você pode elaborar inúmeras hipóteses para explicar o caso, mas independente disso, você terá que agir e falar como se você fosse um detetive, um profissional da área policial. Você pode dizer: "eu acho que ela não foi morta aqui". Ou pode dizer: "dadas as evidências, creio que o corpo foi trazido da verdadeira cena do crime até este ponto, e devemos percorrer esse rastro para encontrar o assassino". Viu só como ficou melhor? Elaborar um pouco mais o raciocínio, como um real detetive faria, torna o jogo muito mais realista e muito mais prazeroso. E você pode dizer o que você estava pensando, mas apenas imaginar o que você diria se você um detetive de verdade.

E, mais claro ainda, você pode deixar seu personagem marcante. Basta inserir alguma(s) característica(s) engraçada(s) nele. Um tique nervoso que ele tenha de ficar batucando nos lugares, um modo diferente de entrevistar as pessoas, sendo muito grosso, ou muito sombrio, ou até mesmo padronizar a personalidade dele como a de um cara piadista ou distraído, mas que acaba sempre resolvendo o caso no final.

O RPG é um mundo a seu dispor, você só tem que viver nele e ser quem quiser. Mas claro, o mestre sempre estará lá para impor seus limites. E você deve estar se perguntando: "e como será que é ser o mestre?". Fique tranquilo querido leitor, pois meu próximo post irá elucidar isso para você no caso de, ao invés de querer integrar-se ao mundo como personagem, você queira dominá-lo como mestre (eu adoro essa parte, hehe).

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