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sábado, 4 de setembro de 2010

A escalada (filosofia)

Há muitas formas de se subir na vida. Muitas maneiras de escalar tal montanha. Vou resumir tais maneiras em três: circunstâncias, esforço ou meios adicionais.

Subir na vida mediante circunstâncias implica o favorecimento (totalmente ao acaso) de determinados eventos em seu favor, tais como ser ator e encontrar um produtor famoso que admire seu trabalho, ser artista e conseguir um figurão para promover suas pinturas, descobrir acidentalmente uma proteína importante em uma via metabólica, etc. Mas é importante notar que, apesar do favorecimento de circunstâncias, todos os casos acima contam com o esforço daqueles que obtiveram sucesso, mesmo que de maneira não tão absurda. Se você é um bom ator, um bom artista ou um bom cientista tais coisas acontecerão a você. Obviamente, você ainda pode subir através das circunstâncias puramente, como ganhando na mega sena, acertando um palpite na bolsa de valores, ou ganhando o Big Brother (eu me recuso a afirmar que tem que ter talento pra ganhar aquilo).

O esforço seria a maneira mais nobre de subir na vida. Através do suor de seu corpo e do trabalho de sua mente você consegue obter aquilo que deseja. O esforço tem uma regra bem simples e objetiva, mas é tal regra que faz muitas pessoas não subirem na vida, ou subirem mediante os "meios adicionais". A regra do esforço é a repetição. Um bom jogador de futebol pode até ter uma inclinação para aquilo, mas sem treinar diariamente e constantemente ele não seria um bom jogador. O mesmo é válido para o bom músico, o bom cientisa, o bom artista marcial etc. Há casos como o de advogados ou historiadores que o esforço é menos voltado à repetição e mais voltado à leitura, ou ao raciocínio, mas no fim tudo deriva de uma prática constante.

O caso do esforço é interessante, pois costuma-se comparar os esforços realizados. Imaginemos um jogador de futebol profissional e um médico. O jogador de futebol profissional que joga em um time de médio ou grande porte ganha um salário consideravelmente maior que o do médico, entretanto "tudo que ele faz" é o esforço físico de acordar e treinar para manter ou melhorar sua aptidão com a bola. Já o médico passou a vida inteira debruçado sobre livros, estudando e praticando sua prática, sempre ciente do peso da vida e da morte que terá na sua mão no futuro. É certo dizer que o médico é injustiçado diante do jogador? Penso que isso é assunto para outro post, mas só para exprimir um pouco da minha opinião, considero que sim e não (ah, agora eu esclareci tudo).

Agora você deve estar pensando o que são os "meios adicionais". Bom, seriam aqueles que derivam ou de um benefício genético ou de uma quebra das regras do convívio social. É simples: alguém que nasceu bonito(a), por exemplo, poderia se tornar um modelo, o que lhe custaria tempo, mas de fato o esforço realizado seria mínimo se comparado ao que os outros precisariam fazer para alcançar o mesmo patamar. A quebra das regras do convívio são os meios baixos e/ou não louváveis de se subir na vida: furtando, roubando, traficando, matando, etc. Todos são desprezíveis, mas não podem deixar de ser mencionadas como alternativas utilizadas.

O problema da escalada da vida, como um todo, é que nem todos começam no mesmo ponto da montanha. Enquanto alguns estão nos sopém, outros já estão quase no pico devido a benefícios e circunstâncias favoráveis. Muitos tentam subir e caem sem jamais se levantar, outros sequer conseguem começar a escalada. No entanto, sempre há uns poucos aventurados que alcançam o topo, valendo-se de um ou mais dos meios acima citados. Quanto a quem consegue ficar no topo ou não, isso já é assunto para outro post.

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