(A partir de hoje, estou de volta a ativa)
Cinzas. Pode parecer dramático, mas é tudo o que sobra no final. Ao ver uma fogueira queimando, nos deparamos com o esplendor do fogo, consumindo tudo a sua volta com fome destruidora. Não dura muito até que, da chama incandescente e acolhedora, restem apenas cinzas.
É o mesmo para tudo mais na vida. Amores, amizades, momentos de alegria, de ternura. Toda chama queima no calor do momento e das relações humanas, mas o tempo não demora até extirpar-lá, e então tudo vira cinzas.
Talvez devessemos nos perguntar por que precisa ser assim. Por que tudo deve acabar um dia? Ainda metaforizando como o fogo, por que a chama deve se apagar? Olhando melhor para o fogo, é fácil ver que ele já foi usado tanto para o bem quanto para o mal. Sua chama é ao mesmo tempo protetora e destruidora, aquecedora e carbonizadora. Tudo depende da medida com que utilizamos, mas, independente da quantidade usada, ela acabará.
Talvez então, seja assim mesmo. Após a incessante busca pelo equilíbrio, tudo aquilo pelo que lutamos e buscamos, acaba. Simplesmente acaba. Não estou me resumindo as relações humanas leitor, espero que você também compreenda a extensão da metáfora: todo o seu legado aqui na terra, acabará. Todos os feitos que você realizou, possivelmente serão esquecidos. O próprio Universo, em um período incomensurável para nossa mente, virará um grande vazio cósmico.
Talvez você seja religioso leitor, e considere nossa vida aqui uma passagem. Nada disso o impede de ver que o que estou falando aqui é verdade. Sua presença, ao menos nesse mundo, terminará.
Então... O que fazemos agora? Simples: terminamos a metáfora. O fogo queima, se extingue, e vem as cinzas. Mas as cinzas não são o fim. Mesmo a mais carbonizada das cinzas, ainda pode conter uma brasa incandescente que, com o local apropriado, recomeçará a queima da chama novamente.
Espero que, nesse ponto leitor, você tenha compreendido o que eu quero dizer. Tudo vira cinzas. Mas as cinzas não são o fim. Elas são o passo necessário para o recomeço. Elas carregam a brasa que irá queimar novamente. Não tem a fênix, a capacidade de renascer das cinzas, só para começar a crescer de novo? Não tem o homem, a certeza que seu legado irá acabar, mas apenas porque outros irão herdá-lo e carregá-los agora como se fosse seu?
Tudo acaba. Mas isso não quer dizer que de fato acabou. Seus filhos irão carregar consigo a brasa da sua vontade, que nas mãos dele poderá se tornar uma nova chama. O universo acabará, mas, até onde se sabe, ele surgiu do nada. O que o impede de fazê-lo de novo? Não há fins meus amigos. Há apenas novos começos.
"We are ashes, and to ashes we shall return, and from ashes we shall reborn"
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